Fechei-me por dentro.
Tranquei a porta.
E perdi a chave.
Ninguém mais a encontrou....
Batam!
Arrombem-na!
Não arranjem desculpas.
Não encontrem alternativas.
Não têm coragem.
Ou simplesmente não mereço o esforço.
Não tenho janelas.
E estou a dizer a verdade.
Não escondi a chave.
Perdi-a mesmo.
Desafio-te.
E desisto.
Recomeço.
Não estou aqui por querer.
Mas porque deixei que acontecesse.
Já não consigo reconhecer as tuas tentativas.
Só sinto a ausência flagrante delas.
Finjo-me indiferente. Revelo que és importante.
Confesso.
E consegues destrancá-la.
Abres a porta.
Deixa-la aberta.
Mas não entras.
Olhas em volta.
Encontra paredes.
E espaço vazio.
Vazio, mas demasiado preenchido de gritos e silêncio.
Demasiado.
Sempre demasiado para ti.
Sempre demasiado para te sentires confortável.
Mas és bem-vindo.
Mas tu desprezas tamanha hospitalidade.
Não.
Já disse.
Não tenho janelas.
Eu sei.
É difícil respirar aqui.
E olhas, vês e deixas de procurar.
Já encontraste o que querias.
E encostas a porta.
E desistes de procurar janelas.
E foges de criar uma.
E quando olhas para trás.
Vês que o vento fechou a porta.
A porta fechou-se.
Outra vez.....
E eu sei que desta vez, já não preciso de a voltar a trancar.
Porque alguém o fará por mim.
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