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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Céu, Purgatório e Inferno


Depois da vida ceifada,
Pelo anjo da Morte.
Começas finalmente,
A viagem derradeira
Do cais aos barqueiros
Mesa de ficheiros
Limiar da eternidade
Purgatório de insanidade.
Pecados ilustrados
Mostram-se à beira dos finados
Condenação perpétua
À terra do serão
Onde a valia é o perdão
À terra da escravidão
Onde as acções são o castigo
Ó que triste destino
Saboroso medo
De ao fogo viajar
Condenação imortal
Do que cá fizeste.
São Pedro e os barqueiros
De chaves e remos
Te condenam pelos devaneios.
A barca da recompensa
É uma mera desavença
Com a barca da servidão.
O céu não te espera
Se não fizeste em vida o que devias
Chora agora pelo que vês que perdias.
A barca de ouro pela qual lutaste
É a que servirás
Pois Satanás ajudaste.
A viagem intemporal
Faz parte do arsenal,
Vingança,
Preguiça,
Gula,
Inveja,
Ira,
Luxúria,
Vaidade.
Todos te condenam
E te pesam os itens
De uma vida de pecados,
Sempre insaciados.
Embarca no que te espera,
Pois a viagem aguarda
A tua chegada.
Barca ou porta
Ouro do demónio
Madeira da árvore da vida.
Passa e esquece o resto.
Já nada te vale
O ouro ou título



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